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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

Mercado brasileiro de software cresce

no contexto mundial

 

Odilon Costa é CEO da Tree Solution

Para 2021 as previsões são de recuperação, com reação sólida nos investimentos de TI no Brasil no pós-COVID-19, o que coloca a projeção de crescimento para o próximo ano na casa dos 10%. Temas como cloud, segurança, mobilidade, colaboração e comunicação se destacam nesse contexto.

As informações são do levantamento “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2020”, publicado pela ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software em parceria com a IDC.

São dados bastante animadores, após o furacão que passamos e o atual cenário ainda não normal. Segundo o estudo, dentro do segmento de TI, o mercado de software apresentou crescimento mais acentuado em 2019, da ordem de 16%. Já os softwares e serviços para exportação aumentaram 29%, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Diante do mercado mundial, o Brasil representa no mercado de TI, 1,8%, mas na América Latina significa 40,7%. O estudo apontou que existem 21.020 empresas dedicadas ao desenvolvimento e produção de software, distribuição e prestação de serviços no país, sendo que 58,3% têm como atividade principal o desenvolvimento e produção de software ou prestação de serviços.

Considerando que 5.519 empresas atuam no desenvolvimento e produção de software, cerca de 95,3% podem ser classificadas como PME, segundo o critério de até 99 funcionários. Praticamente 50% do mercado usuário é composto por empresas de Finanças, Serviços e Telecom, seguidos por Indústria e Comércio.

Em relação à vertical governo, houve recuperação em 2019 em relação aos anos anteriores, passando de uma participação de 3,7% do mercado para 6,3%. Ao mesmo tempo, a vertical comércio apresentou o maior aumento nos investimentos em TI no ano de 2019, cerca de 16,9%.

Em termos de equipamentos e mobilidade, os smartphones lideram o crescimento do setor, com taxa de 8,8%, seguidos por notebooks, com 4,5%, e desktops com 3,8%. No segmento da computação em nuvem, o mercado mostrou crescimentos expressivos em 2019. As soluções SaaS tiveram aumento de 48,7%, ao mesmo tempo que as PaaS cresceram 55,4%. Em IoT, o mercado (incluindo hardware de conectividade, software e serviços) também cresceu, com uma taxa de 18,7% em relação a 2018.

A IDC acredita em uma reação sólida nos investimentos em TI no Brasil no pós-COVID-19, o que coloca a projeção para 2021 na casa dos 10%. Além disso, alguns aspectos mostram as tendências que se anunciam neste segmento:

EXPECTATIVA PELA LGPD - ainda há muito por fazer porque quase 2/3 das empresas ainda estão em processo de adequação, acelerando os investimentos na área, apesar da pandemia. Por essa jornada passam aplicações, processos, novos papéis e haverá um “boom” de solicitações de privacidade. As empresas terão de descartar muitas informações mantidas de forma inadequada, na medida em que os usuários também se movimentarão para controlar sua pegada digital;

ANALYTICS E IA – ambos estão cada vez mais entrelaçados, causando uma mudança importante no mindset das empresas: projetos menores e mais direcionados. A ideia é resolver uma dor e, então, avançar para a próxima. As ferramentas Open Source ganham espaço, neste cenário, onde as empresas privilegiam o autosserviço e a autonomia para criação. Ainda assim, cerca de 64% das empresas pretendem contratar consultorias especializadas (de TI ou de negócios) para auxiliá-las;

UMA NUVEM PARA CADA NECESSIDADE – atualmente mais de 2/3 das companhias têm algum tipo de iniciativa em nuvem pública. Além de IaaS, já consolidado como modelo de infraestrutura flexível e escalável, PaaS vem ganhando relevância concentrado nos cinco principais provedores, que somam hoje mais de 65% do mercado. A nuvem privada, por sua vez, atende necessidades mais específicas de modernização e controle, comuns em algumas verticais ou em ambientes heterogêneos e complexos. Em grandes empresas é possível identificar até 25% do orçamento externo de TI voltado ao modelo de nuvem privada;

MODERNIZAÇÃO DE APLICAÇÕES – o avanço da nuvem dentro das organizações tem se deparado com aplicações ainda não modernizadas. Atualmente, apenas 27% das aplicações já progrediram em arquiteturas habilitadas para a nuvem. Estudos da IDC mostram que Containers são a abordagem preferida para a modernização. Contudo, além do investimento necessário para modernizar, a familiaridade com a tecnologia ainda é uma barreira: pouco mais de 1/3 das empresas têm algum nível de familiaridade com Containers;

SD-WAN/SERVIÇOS GERENCIADOS DE REDE E SEGURANÇA – os clientes têm se mostrado pragmáticos ao tomar decisões inicialmente baseadas por reduções de custos, por isso, as redes devem ser tão ágeis quanto as aplicações que passam por elas. A tendência do mercado indica amadurecimento e consolidação com foco em Management Services e as funções de rede e segurança serão, cada vez mais, virtualizadas;

TRANSFORMAÇÃO DAS OPERADORAS ACELERA A MASSIFICAÇÃO DE SERVIÇOS DIGITAIS – as operadoras têm se empenhado em diversificar os portfólios de serviços e soluções para se tornarem mais robustos e completas. Managed Services e Professional Services estão cada vez mais presentes nas ofertas para o segmento B2B. Esse movimento proporciona ao SMB a adoção de soluções digitais, antes só consumidas por grandes clientes, tornando as operadoras um vetor de digitalização. Serviços que orbitam a conectividade, como segurança, serviços gerenciados, serviços profissionais, IoT e infraestrutura (tanto equipamentos como IaaS), terão maior êxito.

DAAS – essa modalidade tem sido uma alternativa local para fabricantes e provedores e o país terá um grande crescimento na comercialização de produtos “como serviço”, porque ainda há muito potencial para expansão.

 5 práticas para uma jornada inteligente na nuvem

 

Por Leonel Nogueira, CEO da Global TI

O advento da pandemia, pressionou muitas empresas, que ainda relutavam em migrar seus ambientes para a nuvem ou embarcar na transformação digital utilizando essa tecnologia, a seguirem por esse caminho para manter a competitividade e, por vezes, a existência dos negócios.

Porém, como qualquer tecnologia, os serviços em nuvem foram se tornando mais robustos, à medida que mais recursos foram sendo incorporados, tornando-se mais complexos para responder a essas mudanças. Isso tem exigido uma transformação tanto na governança das empresas, como na cultura e até na forma como a infraestrutura em nuvem funciona.

Apenas migrar recursos para a nuvem não é mais suficiente, passa a ser necessário um projeto estratégico, de planejamento minucioso, a responder questões como, por exemplo, quais dados serão armazenados em nuvem pública e quais ficarão em nuvem privada com monitoramento de acessos e rotinas automatizadas de governança. Segundo o Gartner, até 2023, mais de 60% das organizações que já utilizam a tecnologia passarão a utilizar soluções de nuvem inteligente.

Para auxiliar os líderes de TI a garantir iniciativas de adoção de nuvem bem-sucedidas, que se alinham às prioridades de negócios, selecionamos cinco práticas recomendadas pelo Gartner para iniciativas inteligentes de nuvem:

1: Feche a lacuna entre expectativas da nuvem e a realidade

Ter metas e expectativas para a nuvem não é sinônimo de execução bem-sucedida. Por meio de várias interações com clientes, o Gartner observou que as seguintes lacunas são comuns nessa jornada: 

Entre as aspirações da organização e a capacidade da equipe interna de executar;

Entre os ganhos esperados da nuvem e a realidade do que a nuvem pode oferecer

Entre a estratégia de negócios da organização e a estratégia de nuvem;

Entre o modelo operacional existente e exigido ou entre as práticas fundamentais existentes e exigidas, como: governança, conformidade e segurança. 

Os responsáveis por infraestrutura devem conscientizar os tomadores de decisão sobre qualquer limitação técnica ou locais da nuvem, além do potencial para que surjam as lacunas citadas. Abordá-los permite que as organizações estabeleçam metas mais realistas para iniciativas de nuvem e redirecionem os recursos adequados para ganhos reais de valor aos negócios. 

2: Crie estratégia de governança automatizada 

Os serviços em nuvem evoluíram ao ponto de oferecer 10 vezes, ou até 100 vezes, mais opções de configuração. Naturalmente, é quase impossível para as práticas existentes acompanhar essas mudanças, colocando as organizações em riscos de violações de segurança, perda de dados, problemas de conformidade e até orçamentos fora do budget. Para reduzir o risco de perder o controle, os responsáveis por infraestrutura devem se concentrar na criação e automatização de uma estratégia de governança. 

3: Desenvolva uma “Febre” inteligente em nuvem 

Os responsáveis por infraestrutura devem priorizar as cargas de trabalho a serem movidas para a nuvem, usando um processo de seleção de loop contínuo de “círculo completo”: mais rápido, mais fácil, valioso, eficiente e repetitivo, ou “Febre”, como o Gartner o chama. Selecione as cargas de trabalho que priorizam velocidade, simplicidade e valor comercial ao migrar. 

Isso pode ser feito em várias ondas. Na onda um - mova as cargas de trabalho mais fáceis e econômicas. Na onda dois, mova as segundas cargas e repita até que as cargas de trabalho restantes não possam ser migradas rapidamente, de maneira que não resulte em custos operacionais. 

4: Tenha foco na simplicidade 

Os principais provedores de nuvem introduzem centenas de novos recursos em suas ofertas todos os anos, o que adiciona uma camada de complexidade que pode retardar a jornada cloud. Para lidar com isso, adote a abordagem: mantenha a simplicidade e segurança. Ele reflete o princípio de que a maioria dos sistemas funciona melhor quando a complexidade é minimizada. Os responsáveis por infraestrutura devem evitar um número excessivo de componentes ou integrações e usar estruturas e arquiteturas comprovadas para mantê-lo simples. 

5: Reflita sobre as realidades da nuvem 

Nem todos os aplicativos e cargas de trabalho se beneficiam da nuvem. Há uma série de diferenças regionais e locais que a nuvem tem, por exemplo, latências de rede, disponibilidade de serviços locais, requisitos regulatórios e muito mais. As prioridades e circunstâncias também variam entre as empresas e a jornada para a nuvem deve ser adaptada a essas situações. Defenda as iniciativas de nuvem que se alinham não apenas ao contexto da organização, mas também às realidades locais da nuvem. 

Fonte: artigo baseado em https://siliconangle.com/2020/08/07/cloud-first-not-enough-five-best-practices-cloud-smart-journey/